quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Constância

Mar e Poesia
Nessa curva dos 30

Nessa atmosfera de mutações
Os fios e o fim da sua tinta

Ilusões, paixões, e solidões
Muita coisa envolvida

A propósito, até a vida.
Cheia de rimas e dês (rimas)

Cada um de nós tem seu jeito
Já dizia o tal de ruivão

As coisas do coração
São perturbações

Inexplicáveis, onde o tempo
É o medidor das coisas

No caminho dessa curva
Você já foi filho, e pai e será um dia, avô.

Uma nova mudança sempre
Estará programada, constância

Os trilhos da vida é o resumo.
A lembrança, é um quadro a ser preenchido.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Olhar distante...

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Sabe quando se perder?
Não, realmente não sabe.
Sabe quando se encontrar?
Não, realmente nem imagina!
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Quando teus lábios ecoam gritos,
Quando, seu desejo é antigo,
Quem te fala, quem te busca?
Ninguém além de você mesmo.
****
Sabemos dos velhos dias,
Contei, quando apaguei a luz,
Estrelas brilhantes no meu tácito olhar...
***
Quem vai pagar minhas contas?
Eu, talvez a dúvida seja minha sombra,
E a sombra? Ela sabe o que é olhar distante!
Jonas Dí Bem

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Belos Montes...

Acordei com teu sorriso estampado em mim,
Flutuei até a janela e observei teu olhar no sol.
Gestos de um gesso sem um delicado fim,
Ou o amarelo paralisante de um Girassol.
Ainda que meus passos levem até os seus,
Seria estúpido acreditar em novos horizontes,
Ou até mesmo desenhar os meus,
Guiando os teus além de belos montes!
Servi o que não foi escrito na bíblia dos amantes,
Qual seria a verdadeira relação dos sonhadores?
A interrogação dos velhos comandantes,
E a realeza dos verdadeiros conquistadores!
Abre a janela do teu peito e deixa o desejo cair,
De preguiça ou até quem sabe de sindico deste lar!
Assim a residência vermelha passa a te fazer sorrir,
Afinal é inicio de que se pode realmente amar!
Às vezes deixo sofrer leves deslizes,
Às vezes tento saber o que realmente sonhei,
Se realmente é uma revolução de raízes,
Ou se a metamorfose é minha própria cortês.
Acordei com teu sorriso estampado em mim,
Flutuei até a janela e observei, era um sonho... Sem fim!
Jonas Dí Bem

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Fases de um ser que se auto intitula Poeta Soli(ó) tario... Versos em forma de imagens...




Por onde andei?
Onde o "eu não sei" ficou?
Copos de amor, saudades...
Versos, escreveu e ficou...

Cantei? Com violões imaginários,
Compus, versos de solitário,
Em teus ondulosos cabelos ao vento...
Praças, várias olhei, pessoas indo e vindo!

Quem quis, o que não vi, quis o que eu quis...
Sempre, sem saber, que o pra sempre, sempre vem!
Em ondas ou nuvens, sombras e raios..solares.

Decapitando minha solidão, e regando minha esperança...
Terras nordestinas, terras distintas versifiquei você...

Canto segundo - O Grande Alvares de Azevedo, ULTRA-ROMÂNTICO BRASILEIRO!

And her head droo'd as when the lily lies
O'er charged with rain.
Don Juan.


I


Dorme! ao colo do amor, pálido amante,
Repousa, sonhador, nos lábios dela!
Qual em seio de mãe, febril infante!
No olhar, nos lábios da infantil donzela
Inebria teu seio palpitante!
O murmúrio do amor em forma bela
Tem doçuras que esmaiam no desejo
Dos sonhos ao vapor, na onda de um beijo!



II


Que importa a perdição manchasse um dia
A alvura virginal das roupas santas
E o mundo a esse corpo que tremia
Rompesse o véu que tímido alevantas?
E à noite lhe pousasse a fronte fria
Nesse leito em que trêmulo te encantas
E ao batejo venal murchasse flores,
Flores que abriam a infantis amores?



III


Que importa? se o amor teu rosto beija,
Se a beijas nua e sobre o peito dela
Teu peito juvenil ama e lateja!
Se tua langue palidez revela
Que tua alma febril sonha e deseja
Desmaiar-lhe de amor, gemer com ela,
Ébrio de vida, a soluçar d'enleio,
Pálido sonhador morrer-lhe ao seio!



IV


Que importa o mundo além? teu mundo é esse
Onde na vida o coração te alegra!
Teu mundo é o serafim que às noites desce
E que lava no amor a mancha negra!
É a névoa de luz onde não lê-se
Escrita à porta vil a infame regra
Que assinala o bordel à mão poluta
E diz nas letras fundas — prostituta!



V


A essa pobre mulher na fronte bela
Anátema, escreveu a turba fria!
Banhe o remorso o travesseiro dela,
Corram-lhe a mil da pálpebra sombria
Prantos do coração, não há erguê-la
A eterna maldição. E quem diria
A solitária dor, da noite ao manto
Que lavra o seio à cortesã em pranto?



VI


Ah! Madalenas míseras! ardentes
Quantos olhos azuis se não inundam
Nos transes do prazer em prantos quentes
Quando os seios febris em ais abundam,
Que o amante nos óculos trementes
Crê sonhos que do amor no mar se afundam!
Que suspiros no beijo que delira
Que são lágrimas só! que são mentira!



VII


E quantas vezes na cheirosa seda
Da longa trança desatada, solta,
Onde o moço de gozos embebeda
A fronte à febre juvenil revolta;
Quando a vida, o frescor, a imagem leda
De esp'rança que morreu ao leito volta;
As lágrimas na dor ferventes correm...
Como em céu de verão estrelas morrem?


(...)



IX


Amar uma perdida! que loucura!
Mas tão bela! que seio de Madona!
Nunca amara tão nívea criatura
Como aquela mulher que ali ressona!


(...)